São Paulo – O governo da Síria acertou com equipe do Fundo Monetário Internacional (FMI), que visitou o país nos cinco primeiros dias de junho, a adoção de medidas para restaurar o crescimento econômico local e melhorar o padrão de vida da população. As informações foram divulgadas em relatório do fundo nesta terça-feira (10).
As discussões centraram-se em prioridades de curto prazo. Uma das ações acertadas foi a adoção de orçamento para o restante de 2025, identificando recursos nacionais e externos para garantir o pagamento de despesas prioritárias como a folha pública de pagamento, os serviços de saúde e educação e a assistência para a população mais vulnerável.
Outra medida discutida foi a melhoria de mobilização de receitas, com a modernização do regime fiscal e aduaneiro, o reforço da istração dessas áreas, colocando ambas sob o guarda-chuva do Ministério das Finanças. O reforço da gestão das finanças públicas também será feito para melhorar a execução e o monitoramento do orçamento.
O FMI acertou com o governo ainda a capacitação do Banco Central para trabalhar no sentido de garantir a estabilidade de preços, restaurar a confiança na moeda nacional e adotar um quadro de política monetária adequado para atingir esses objetivos.
Também serão reabilitados os sistemas de pagamento e bancário, reforçando o combate à lavagem de dinheiro e ao financiamento do terrorismo, melhorando a eficiência das transações, reconstruindo a confiança nos bancos, reiniciando a intermediação financeira e permitindo a reconexão com o sistema financeiro internacional.
FMI e governo da Síria discutiram ainda a necessidade de abordar os obstáculos imediatos para o desenvolvimento do setor privado e para a melhoria do clima de investimentos. Também deverão ser aprimorados a coleta, o processamento e a disseminação de dados para garantir que apoiem a formulação e avaliação de políticas.
Um país e muitos desafios
Em seu relatório, Ron van Rooden, que liderou a equipe em visita à Síria, disse que o país enfrenta enormes desafios após anos de conflito, citando o sofrimento humano causado e a redução da economia causados. Segundo ele, seis milhões de pessoas fugiram do país e sete milhões foram deslocados internamente. “A produção desabou, a renda real caiu abruptamente e as taxas de pobreza são altas”, diz Rooden.
Ele afirma ainda que instituições estatais foram enfraquecidas, a prestação de serviços básicos interrompida e grande parte da infraestrutura do país danificada ou destruída. Segundo Rooden, as necessidades humanitárias e de reconstrução são muito grandes e um número crescente de refugiados retornam ao país. O líder da equipe disse que as autoridades necessitam de forte apoio internacional.
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